O sistema magnético mais complexo do International Thermonuclear Experimental Reactor (ITER) – o maior reator de fusão nuclear do globo – está concluído. O megaprojeto experimental de fusão nuclear ITER – que imita o processo que alimenta o sol e as estrelas e fornece luz e calor à Terra – assinalou em julho de 2024 a entrega de 19 bobinas de campo toroidais, que fazem parte do seu sistema magnético. A investigação sobre fusão nuclear tem como meta desenvolver uma fonte de energia segura, abundante e sustentável.
O ITER, em construção no Sul de França, é uma colaboração científica de mais de 30 parceiros, e constitui a maior experiência no âmbito da energia de fusão. Envolve, além da União Europeia (UE), a China, o Japão, a Índia, a Coreia do Sul, a Rússia e os EUA. No continente europeu, a Fusion for Energy (F4E) é a organização da UE que gere a contribuição da Europa (responsável por quase metade do projeto) para o ITER.
A F4E, com sede em Barcelona e escritórios na Alemanha e em França, tem como objetivo realizar o potencial da energia de fusão na Europa, através de projetos de investigação e de desenvolvimento; do desenvolvimento de reatores de fusão de demonstração para posterior industrialização; e da disponibilização de conhecimento técnico a parceiros na academia, na investigação e na indústria.
As bobinas entregues, provenientes do Japão e da Europa, são componentes-chave do ITER. Cada bobina, com 17 metros de altura e nove metros de diâmetro, pesa cerca de 360 toneladas. Em conjunto, funcionam como um íman (o mais potente alguma vez produzido) e geram uma energia magnética total de 41 gigajoules. O campo magnético do ITER será cerca de 250.000 vezes mais forte que o da Terra. Oito bobinas, e uma de reserva, foram fabricadas em solo nipónico, sob gestão do ITER Japão. As restantes dez bobinas foram produzidas na Europa, sob a alçada da empresa comum F4E.
Na F4E em Barcelona, a automação dos processos de backoffice está, desde 2017 e em contínuo, a cargo da LBC, empresa portuguesa de gestão e transformação digital. Carlos Valleré Oliveira, CEO da LBC, considera que “o nível de organização operacional da F4E é muito sofisticado e rigoroso, o que exige o desenho, o desenvolvimento e a melhoria contínua da digitalização e da automação de processos e de reportes”. Saiba mais aqui.