Iniciativa piloto
As melhorias no ensino primário reforçaram a carência de professores e de escolas secundárias. E o país teve de procurar alternativas para os alunos que não conseguia absorver no ensino secundário público. Foi neste contexto que a LBC apoiou o Ministério da Educação de Moçambique, através do IEDA – Instituto de Educação Aberta e à Distância, na avaliação da iniciativa piloto de ensino secundário à distância e com a definição de uma estratégia para a sua expansão.
O ensino à distância em Moçambique tem como pilar os centros de ensino à distância, localizados maioritariamente em escolas, onde os alunos inscritos podem requisitar manuais e aceder, em alguns casos, a conteúdos áudio e vídeo, bem como a explicações por um professor.
O projeto permitiu conhecer de forma detalhada os resultados da iniciativa piloto – em que se destacava o bom desempenho dos alunos nos exames nacionais –, avaliar as metodologias utilizadas no processo de ensino-aprendizagem e determinar os custos por aluno face ao ensino secundário presencial. No final foi definida, de forma participativa, uma estratégia sustentável para a expansão do Programa de Ensino Secundário à Distância (PESD).
Expansão do acesso ao ensino secundário
A nova estratégia definida fomentou a introdução das tecnologias de informação e comunicação (TIC) enquanto instrumento de gestão e de apoio ao processo de ensino-aprendizagem, promovendo a sustentabilidade financeira do programa – requisito base para a expansão da modalidade e, por conseguinte, a expansão do acesso ao ensino secundário. A partir daqui o PESD cresceu de forma rápida, tendo passado de 3.024 alunos para 28.168 no espaço de cinco anos; e os Centros de Acompanhamento dos Alunos (CAA) registaram uma expansão de 91 para 283 no mesmo período.
O programa tem contribuído de forma crescente para aumentar o acesso à educação em Moçambique e para a integração de jovens que antes não conseguiam conciliar o ensino e a vida profissional, promovendo assim o desenvolvimento de competências e dotando-os de novas ferramentas que não só aumentam a sua empregabilidade como permitem a continuidade dos estudos.
De acordo com um relatório da UNESCO, “Exame nacional 2015 da Educação para Todos: Moçambique”, a introdução do ensino à distância para o ensino secundário permitiu “aliviar as escolas secundárias do crescente número de alunos nos cursos presenciais”.