Recomendações e plano de ação
O que começou por ser uma pequena gota no oceano da inovação e empreendedorismo viria a originar uma onda gigante de mudança, numa altura em que conceitos como “start-up” ou “incubadora” eram desconhecidos para a maioria das organizações. Desde 2008 que a LBC apoia a incursão de entidades lusófonas aos EUA para testarem o seu empreendedorismo em Silicon Valley (considerado “o” centro mundial de inovação). Ao criar o programa GSI – Global Strategic Innovation: International Executive Program, a LBC acompanhou casos de sucesso como a Talkdesk, a ThousandEyes, a Wizi, a MOBIbucks ou a Clever Sense. No âmbito do projeto Tice.pt, a LBC realizou um estudo de recomendações e um plano de ação para o reforço do ecossistema de apoio ao desenvolvimento em rede de empresas de base tecnológica. O processo incluiu a recolha, análise e avaliação do ecossistema de empreendedorismo em Portugal; a comparação com o ecossistema de Silicon Valley; bem como recomendações, plano de ação e comunicação.
Em relação a Silicon Valley, foram definidas duas vertentes de atuação, englobando um vasto conjunto de ações. A primeira vertente passou por edificar uma ponte estruturada com Silicon Valley (com visitas regulares e intensivas de estudantes, executivos, empreendedores; incubação/aceleração de start-ups/spin offs em Silicon Valley; fundos de investimento para suportar a ligação; prestação de serviços a Silicon Valley (desenvolvimento de software); ligações às universidades da Bay Area, sobretudo Stanford; intermediação de esforços de ligação de Silicon Valley ao continente africano, etc. A segunda vertente envolveu levar Silicon Valley a Portugal, com eventos (entre os quais uma apresentação no Centro Cultural de Belém), workshops com oradores e peritos; fundos de investimento; aceleradoras em solo português, e ainda formação especializada.
Acelerar o ecossistema empreendedor
Em seguida, e com o objetivo de promover a criação e o crescimento de novos produtos/serviços/empresas do Tice.pt capazes de competir à escala global, foram feitas recomendações para a evolução do ecossistema de apoio ao empreendedorismo de base tecnológica em Portugal centraram-se em quatro palavras-chave – globalização, ecossistema, especialização e eficiência. Ou seja: acelerar a globalização do ecossistema empreendedor; reforçar a sua integração; focar na especialização; aumentar a eficiência dos fatores que influem no mesmo.
Isto foi em 2013. Passados estes anos, o que a LBC preconizava desde 2008 – que era imperativo colocar as empresas lusófonas no mapa mundial da inovação – mostrou ser uma aposta certeira. Hoje temos aceleradoras e incubadoras como a Beta-i, a Startup Lisboa ou a Startup Braga; e start-ups portuguesas a dar cartas nos mercados globais, de que são exemplo a Aptoide, a Codacy, a Farfetch, a Feedzai, a Uniplaces ou a Veniam.