Afinar áreas
Neste caso particular, o projeto realizado pela LBC é o perfeito exemplo de como o afinar de algumas áreas, como a vertente tecnológica, pode fazer a diferença.
O plano concebido pela LBC incluiu as projeções financeiras de receitas e custos, bem como dos principais indicadores-chave da atividade da ENE; o posicionamento estratégico no setor da energia no mercado, nomeadamente em termos do modelo e participação da empresa nas diversas áreas da cadeia de valor; ou a ambição da entidade para o período de cinco anos, traduzida em objetivos e metas.
Oportunidades
Entre as oportunidades de melhoria identificadas encontrava-se a legalização das ligações fraudulentas e a ampliação dos programas de angariação de novos clientes; a expansão da rede para servir parques e pólos industriais, bem como o investimento na modernização da rede de forma a colmatar as perdas técnicas e permitir à empresa a venda da energia que já produzia; o avançar com um programa de instalação de contadores (em especial pré-pagos), diminuindo a má cobrança e os custos associados ao ato de cobrar; a redução dos desperdícios, atingir uma poupança significativa nos fornecimentos e serviços de terceiros ou rentabilizar o património existente; ou ainda a revisão da tarifa cobrada, em prol da eficiência do mercado energético e de forma a criar incentivos para a angariação de novos clientes e para a realização de investimentos na rede.
Recomendações
Em relação às iniciativas de criação de valor, foram recomendadas campanhas de angariação de clientes, no sentido de aumentar a base de clientes (instalando 75% de contadores convencionais e 25% de pré-pagos), num aumento projetado de quase 300 mil clientes entre 2011 e 2015, a uma média de 55 mil novos clientes/ano; ações de legalização de clientes, com uma subida estimada de 25 mil clientes no mesmo período, a uma média de 5 mil novos clientes/ano; ou ainda o envio mensal de alertas SMS para os clientes sem sistema de contagem (com uma margem total estimada em 14,8 milhões de kuanzas, correspondente a uma receita incremental de 24,9 milhões e custos de 15,7 milhões de kuanzas).
Na vertente tecnológica, as recomendações no sentido de a ENE gerar valor indicaram iniciativas com impacto nas receitas, como o pagamento via multi-caixa (ATM) por parte dos clientes, com uma margem total estimada em 44,1 milhões de kuanzas; a implementação do serviço de pagamento por SMS, com uma margem total estimada em 122,7 milhões de kuanzas; ou a criação de postos de pagamento alternativos, criando à ENE um valor estimado em 77 milhões de kuanzas até 2015.
Estas recomendações, somadas às de poupança e de redução de custos, apontavam para um cash-flow estimado em 385.515 milhões de kuanzas para a ENE – Empresa Nacional de Electricidade de Angola.