A última década testemunhou a criação de divisões de Corporate Venture Capital (CVC) por centenas de empresas. A participação de CVC no ecossistema geral de Venture Capital (VC) tem vindo a crescer e VC já não deve estar associado somente a empresas financeiras. De facto, e de acordo o estudo desenvolvido pelo CB Insights, em 2018 a dimensão média de deals de CVC atingiu um recorde histórico de US $ 26,3 milhões. Aparentemente, o CVC emerge como uma fonte relevante de capital empreendedor.
Mas o tema levanta duas questões: Como é que a natureza do CVC – como um investimento corporativo – difere do modelo tradicional de capital de risco intermediário? e Qual o interesse das empresas estabelecidas em capital de risco?
Primeiramente, é preciso tornar claro o conceito de Corporate Venture Capital (CVC), usualmente definido como um investimento de capital por uma empresa estabelecida numa entrepreneurial venture. De acordo com o artigo Making Sense of Corporate Venture Capital, a definição de CVC exclui investimentos feitos através de um fundo externo administrado por terceiros, bem como investimentos mais gerais de corporate venturing.
A natureza de CVC difere do tradicional modelo de capital de risco, uma vez que a empresa procura maximizar o valor para shareholders, quer em termos de valor financeiro quer em valor estratégico, contrariamente a um foco isolado em retorno financeiro. Ao que parece, a essência do Corporate Venture vai para além do tradicional investimento, uma vez que a mesma envolve a criação de colaborações estruturais, acordos de parceria e um casamento fantástico com ventures do exterior – start-ups e empresas de escala – beneficiando a inovação corporativa interna e gerando um crescimento mútuo.
E já estamos a meio caminho de responder à segunda questão – O que motiva as empresas a investirem em ventures?. Estudos anteriores reportam que CVC pode atuar como um instrumento para identificação de potenciais substitutos às ofertas corporativas existentes, como por exemplo: novos produtos, serviços ou tecnologias. À luz de resultados de pesquisas, as empresas identificaram como objetivos estratégicos de investimento, os seguintes pontos:
- “adquirir conhecimento das novas tecnologias e novos mercados”;
- “importar ou aprimorar a inovação dentro de unidades de negócios existentes”; e,
- “identificar potenciais oportunidades de aquisição“.
“Este é o melhor momento de sempre para as corporações investirem em start-ups em estágio inicial porque o custo de iniciar uma start-up é o menor que já foi visto (…) nós estamos no momento-chave”. Pierre Rogers, Investidor em Venture e fundador da PuroTrader
Cada vez mais, as empresas estão a estabelecer parcerias com start-ups, e 2018 refletiu um grande crescimento no Global Corporate Venture Capital. Os grupos de CVC participaram em $ 52.95B de financiamento através de 2.740 negócios e 264 empresas de CVC investiram pela primeira vez (Maersk Growth, Porsche Ventures, Coinbase Ventures, citando alguns).
Google Ventures (GV) posicionou-se novamente em primeiro lugar como o CVC mais ativo, investindo em mais de 70 empresas. A Salesforce Ventures foi a segunda mais ativa, seguida pela Intel Capital. No que diz respeito aos investidores mais ativos em empresas unicórnio (empresas avaliadas em US $ 1 bilhão+), o top 3 foi ocupado pela CapitalG (Google Capital), GV e Dell Technologies Capital.
Os setores de Internet, mobile e healthcare atraíram investimentos de CVCs em 2018, mostrando um número crescente de acordos e financiamento. Em relação às indústrias emergentes, AI, Cybersecurity e Digital Health foram as tendências de Global Corporate Venture Capital.
Para concluir, gostaríamos de sugerir ao leitor um momento de reflecção sobre a trajetória de crescimento da sua empresa e como as políticas de finanças corporativas e de inovação são percebidas na sua área de atuação.
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