Avaliação
O projeto Cesta Básica foi implementado pelo Ministério da Saúde (MISAU) de Moçambique no final de 2009 para apoiar as pessoas com VIH/SIDA e em terapia antirretroviral (TARV), bem como pacientes de tuberculose, com uma cesta básica de alimentos através de vouchers. O grande objetivo era apoiar os pacientes com necessidades nutricionais, melhorando a sua saúde. Numa primeira fase em papel, os vouchers passaram a ter também uma componente eletrónica (o MISAU aprovou que o WFP testasse uma modalidade de vouchers eletrónicos, ou e-vouchers, com base em cartões de débito).
Cerca de três anos depois a LBC analisou a evolução do projeto-piloto. No sentido de avaliar de modo adequado as componentes de TI do programa Cesta Básica, o foco da LBC não se limitou à tecnologia em si, teve também em conta os stakeholders (partes interessadas) que a usam, bem como os processos que garantem o funcionamento adequado do modelo. Ou seja, fez uma análise integrada das três dimensões: stakeholders, processos e tecnologia. O principal objetivo consistiu em fornecer uma avaliação precisa dos projetos-piloto de e-voucher e do cartão de débito na ótica das TI, permitindo a expansão da implementação da Cesta Básica. E, dado que o projeto iria transitar do MISAU para o Ministério da Mulher e Acção Social (MMAS), a avaliação forneceu ainda informação para apoiar o processo de transferência para o MMAS (e o seu parceiro na implementação, o Instituto Nacional da Acção Social de Moçambique).
Melhoria imediata
Com base na informação recolhida nas visitas de campo, nos documentos fornecidos, nas reuniões e sessões realizadas com stakeholders, e tendo em conta que era expetável a expansão da Cesta Básica a outros distritos de Moçambique, foi identificada a possibilidade de uma melhoria imediata em termos tecnológicos (USSD/SMS), mais viável tendo em conta o contexto do país (devido à instabilidade ou inexistência de ligação à internet via telemóvel). E foram feitas recomendações para uma evolução tecnológica gradual e planeada, como a eliminação do suporte em papel dos vouchers, para apenas e-vouchers, com uma consequente melhoria nos processos.